Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua Trimestral), do IBGE, a taxa de desocupação média do Rio Grande do Sul foi de 5,1% no terceiro trimestre de 2024, registrando queda em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando tinha sido de 5,9%. No terceiro trimestre de 2023, a taxa de desocupação foi de 5,4%, mas mesmo assim, do ponto de vista estatístico, foi considerado estável. Com esse resultado, o RS registrou a nona menor taxa de desocupação entre os estados brasileiros; porém, especificamente na região Sul, fica atrás de Santa Catarina (em terceiro, com desocupação de 2,8%) e Paraná (em quinto, com 4,0%). A taxa de participação na força de trabalho alcançou 66,0%, e em relação aos 65,3% do segundo trimestre e aos 64,8% do mesmo trimestre de 2023, não houve variação estatisticamente significativa.
O contingente total de ocupados (5,98 milhões) variou 2,1% na comparação com o trimestre anterior, enquanto os desocupados (319 mil) registraram queda de 13,1% nessa mesma comparação. A força de trabalho variou 1,2% (estabilidade). Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, a variação dos ocupados foi de 2,4%, enquanto o contingente de desocupados, por sua vez, registrou variação de -3,6%, o que de acordo com a divulgação não tem significância estatística; o total na força de trabalho teve aumento de 2,1% nessa comparação. A população na força de trabalho potencial , cuja variação não foi identificada como significativa, tem em um de seus componentes, os desalentados (69 mil), redução expressiva e significativa em relação ao segundo trimestre, de -25,8%, capturando muito provavelmente o movimento de retorno ao mercado de trabalho de pessoas que haviam deixado de ofertar trabalho no trimestre anterior em função dos impactos diretos e indiretos da tragédia.
O rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas foi de R$ 3.542 no terceiro trimestre de 2024, tendo estabilidade (-2,4%, sem significância estatística) em relação ao trimestre anterior e variação de 3,1% (sem significância estatística) frente ao mesmo trimestre do ano anterior. A massa de rendimento real atingiu o montante de R$ 20,8 bilhões, o que representou estabilidade na comparação com o terceiro trimestre de 2023 (-0,5%, sem significância estatística) enquanto que na comparação com o trimestre encerrado em set/23 cresceu 6,4%
Os dados da Pnad Trimestral para o RS mostram o movimento de recuperação do mercado de trabalho gaúcho no trimestre seguinte ao acometido pela tragédia de maio. Por mais que algumas variações não tenham diferença estatística detectada, a análise dos diferentes agregados indica a recomposição da força de trabalho no terceiro trimestre, com o avanço da ocupação vindo tanto do retorno das pessoas que haviam saído da força de trabalho no segundo trimestre em função dos impactos da tragédia, quanto do contingente de desocupados – que estão no menor patamar para o terceiro trimestre desde 2014. Tanto que o avanço de 122 mil pessoas ocupadas ante o segundo trimestre, além de levar o total de ocupados para o maior nível da série histórica, foi o maior aumento registrado para um terceiro trimestre, sendo puxado sobretudo pelo emprego no setor privado sem carteira (+12,3%), setor público com carteira (+17,6%) e empregador com CNPJ (+10,3%).