Saúde preventiva, hábitos saudáveis e atividades em grupo são formas de combater a depressão
07/04/2017
Saúde
Atividades em grupo favorecem o desenvolvimento e minimizam os riscos de doenças (Foto: Claiton Dornelles)

Com a finalidade de conscientizar a população mundial sobre a saúde como um todo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora em 7 de abril o Dia Mundial da Saúde, mesma data em que a instituição foi criada, em 1948. A cada ano, um tema é escolhido, e para 2017 o mote definido pela OMS é “Depressão: vamos conversar”. Conforme os últimos dados da organização, estima-se que 300 milhões de pessoas vivam com a doença, um aumento de 18% entre 2005 e 2015.

Comum em todo o mundo, a depressão pode se manifestar por uma soma de fatores sociais, psicológicos e biológicos. Alguns dos sintomas incluem tristeza profunda, desânimo, cansaço intenso, ansiedade, angústia entre outros. As causas para a doença são muitas e podem apresentar uma forte relação com a saúde física. Doenças cardiovasculares, por exemplo, podem levar à depressão e vice versa. Há 70 anos, o Sesc/RS vem aprimorando os seus serviços a fim de colaborar com o bem-estar da população e estimular o hábito do autocuidado desde cedo. Para isso, realiza projetos com o objetivo de incentivar ações preventivas e educativas. Entre as principais atividades que a entidade promove estão:

Unidade Sesc de Saúde Preventiva: um projeto itinerante que tem como objetivo prevenir e reduzir o tempo de diagnóstico de problemas de saúde, como a hipertensão arterial, o diabetes, a elevação do colesterol e dos triglicerídeos, o câncer de mama, o câncer de próstata, o câncer de colo de útero e as doenças associadas à visão;

Espaço Mais Saúde Sesc: com o objetivo de oferecer mais opções de atendimento para a prevenção, a qualidade de vida e o bem-estar, o novo serviço está disponível nas Unidades Sesc Santana do Livramento e Santa Cruz do Sul. São consultas médicas (clínico geral) e nutricionais mediante agendamento, que possuem valores diferenciados;

Para a gerente de Saúde do Sesc/RS, Mari Estela Kener, o trabalho desenvolvido mostra um forte impacto na saúde das comunidades atendidas. “Ao estimular escolhas saudáveis de saúde bucal e alimentação e a prática de atividade física regular,  ao fazer exames preventivos e identificar fatores de risco para futuros problemas, ou ao realizar o diagnóstico de doenças e iniciar precocemente um tratamento estamos atuando de forma mais efetiva na prevenção das doenças e promovendo a saúde”, salienta.

Ao encontro disso, o Programa Sesc Maturidade Ativa ganha extrema importância para o público da terceira idade. De acordo com a OMS, colocar em prática programas de prevenção reduzem a incidência da depressão. A doença possui alta incidência entre os idosos, e o Sesc/RS também entende que a metodologia de grupos é uma excelente forma de acolher pessoas deprimidas. O coordenador do Programa, Eduardo Danilo Schmitz, destaca três benefícios do projeto que colaboram para reverter este quadro:

  1. - Atua tanto como um tratamento de saúde como prevenção de problemas de saúde: “O idoso que tem amigos, que mantém sua mente aprendendo coisas novas, que tem a oportunidade de ressignificar seus saberes, que percebe que tem algo para fazer no mundo, fica muito mais longe dos fatores de risco que levam a doenças”, afirma.
  2. - Promove a participação e inclusão social: “A necessidade de sentir-se parte de um grupo é suprida pela família, pela turma de amigos, pela turma da escola, pelos colegas de trabalho. Mas para o idoso, que muitas vezes vê os filhos trabalhando e os netos na escola, como essa necessidade é suprida? Neste sentido, desde 1963, o Sesc, atua por meio da metodologia de trabalho com grupos, que dá espaço para novas amizades, novos aprendizados e novos projetos de vida”, comenta Schmitz;
  3. - Proporciona o exercício da cidadania: “outra necessidade natural do ser humano, de ser útil para as outras pessoas. Antigamente, depois que se aposentavam, as pessoas viviam 5, 10 anos. Hoje, a realidade é bem diferente, vivemos 30, 40 anos a mais, e agora? É a pergunta que, mesmo de modo inconsciente, foi vivida de modo perplexo por muitas pessoas. O trabalho com grupos é uma forma de resposta nesse sentido. Por isso dá importância de envolver os idosos em causas sociais, a partir dos interesses deles e das comunidades onde estão inseridos”, aponta.

Segundo Schmitz, a instituição não faz atendimentos individuais, mas acolhe as demandas e as trabalha em grupo. “De certa forma, todas as atividades que envolvem a socialização têm um efeito terapêutico, mas já tivemos em alguns grupos oficinas específicas para lidar com as emoções. Pensamos o idoso como um ser integral, então entendemos que uma atividade terá impacto em muitas dimensões na vida desta pessoa. Por exemplo, uma oficina de dança vai melhorar a capacidade funcional, e ao mesmo tempo vai contribuir no combate a depressão”, destaca.