Intenção de consumo das famílias tem primeira alta no ano
18/04/2024
Economia
Intenção de consumo das famílias tem primeira alta no ano

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aumentou 0,4% em abril, descontados os efeitos sazonais. Esse é o primeiro resultado positivo após quatro meses de queda. O índice, apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), fechou o mês em 103,1 pontos, na zona de otimismo, em que permanece desde agosto de 2023. A variação anual é de alta de 6,1%.


Os subindicadores emprego atual, renda atual e nível de consumo atual tiveram alta de 0,5%, 0,2% e 1,4%, respectivamente. No entanto, apenas os dois primeiros estão na zona de satisfação – a avaliação dos consumidores sobre o nível de consumo atual está em 88,8 pontos. Nos últimos 12 meses, o ponto mais alto desse subindicador foram os 92,4 pontos atingidos em janeiro. A última vez que as famílias estiveram satisfeitas com seu consumo atual foi em janeiro de 2015, com 100,8 pontos.


Sobre o futuro, os consumidores estão otimistas. A perspectiva profissional aumentou 0,2% em abril, com 114,6 pontos, e a expectativa de consumo para os próximos meses cresceu 1,4%, atingindo 106,7 pontos. A avaliação sobre o acesso ao crédito ainda é negativa, com 94,1 pontos, mas houve aumento, em relação a março, de 0,9%. O único subindicador que diminuiu, no mês, foi o momento para compra de duráveis, que caiu 0,4% e é aquele com menor satisfação, na casa dos 67,1 pontos, mas está 20,3% acima do registrado no mesmo mês de 2023.


O início de uma possível retomada da curva de crescimento da ICF como um todo é atribuído à redução das taxas de juros para as pessoas físicas, o que reflete na redução da inadimplência dos consumidores. Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também realizada pela CNC, 28,6% das famílias estavam inadimplentes em março, percentual menor do que há um ano.


“A disponibilidade de crédito desempenha um papel importante no consumo das famílias e, consequentemente, aquece a economia como um todo”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ele alerta, no entanto, que há desaceleração do saldo de concessões de crédito ao longo dos últimos 12 meses, o que mantém a atenção do varejo, por conta da redução desse tipo de recurso nos próximos meses.


Indicadores por faixa de renda

?O aumento da ICF em abril foi puxado, principalmente, pelas famílias com maior renda. Os grupos que recebem acima de 10 salários mínimos informaram alta de 0,8% na intenção de consumir, enquanto os que têm renda menor que 10 salários indicaram elevação de 0,4%. Tanto as famílias consideradas mais ricas quanto as de renda menor apresentaram aumento da percepção do acesso ao crédito, de 1,2% e 0,4%, respectivamente.


O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, aponta, no entanto, que as famílias mais ricas estão mais satisfeitas com o crédito do que as que recebem menos. Em abril, enquanto o subindicador dos que recebem mais de 10 salários mínimos atingiu 116,9 pontos, na zona de satisfação, o das famílias que ganham menos ficou em 88,8 pontos. “A curva ascendente, ainda que seja percebida nos dois espectros de renda, é mais acentuada para os que ganham mais”, explica Tavares. Ele avalia que, se, para os mais ricos, nos últimos 12 meses a satisfação vem subindo quase ininterruptamente, com apenas alguns períodos de queda das casas decimais, para os mais pobres, a regra vem sendo a oscilação.


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