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Fecomércio-RS apresenta resultados da primeira edição da Sondagem do Segmento Atacadista
23/04/2025
Economia
Fecomércio-RS apresenta resultados da primeira edição da Sondagem do Segmento Atacadista

A primeira rodada do ano da Sondagem do Segmento Atacadista traz aspectos relacionados ao perfil do segmento, a situação atual das vendas, expectativas e desafios do setor – inclusive em relação aos impactos ainda presentes das enchentes de 2024. Realizada entre os dias 26/02 a 26/03, a pesquisa entrevistou 385 estabelecimentos selecionados aleatoriamente no estado do RS e foi divulgada pela Fecomércio-RS.


Os resultados da sondagem mostram que, mesmo depois de quase um ano das enchentes, os desafios do setor permanecem para parte relevante dos negócios. Com a maior parcela dos atacadistas (74,5%) tendo sido impactados de alguma forma, a sondagem identifica que ainda mais da metade dos entrevistados (58,9%) não estavam recuperados plenamente – apenas 13,2% estavam quase totalmente recuperados e 28,3% parcialmente, enquanto para 17,4% a retomada ainda era bastante limitada. Muitos negócios continuam impactados em função da crise, com destaque para perda de clientes (34,8%), redução de faturamento (33,5%) e dificuldades financeiras (21,6%). “Se a edição anterior apontava a descapitalização dos negócios e dos sócios para fazer frente ao impacto da tragédia, essa rodada nos mostra um estágio de recuperação ainda não completado. Diante da incerteza atual e o cenário econômico mais adverso, a marca da tragédia pesa ainda mais sobre a capacidade dos negócios se tornarem mais competitivos, sobretudo aqueles sem estrutura sólida de gestão” , comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Dentre algumas características levantadas, a sondagem mostra que 21,0% misturavam as finanças da empresa e dos sócios, 19,5% não tinham controle informatizado de vendas e estoques e 36,3% não vendia por canais digitais, sendo que 26,2% não demonstra interesse nessa estratégia.


Na autoavaliação sobre a situação financeira atual das empresas, apesar de pouco mais da metade (55,6%) considerar uma situação positiva, para 36,4% a situação era regular – mantendo operações, mas com desafios financeiros – e para 8,0% as finanças não estavam bem: 6,2% tinha dificuldades para honrar compromissos (situação ruim) e 1,8% indicava uma situação crítica (muito ruim), com risco de insolvência ou fechamento. A avaliação vem em linha com as consequências de uma dinâmica recente do faturamento em que não predomina uma percepção positiva, com frustração de expectativas para 53,0% dos entrevistados. Segundo a avaliação dos empresários, 42,6% consideram o desempenho das vendas nos últimos seis meses regular (42,6%) e 17,4% consideraram ruim; 40,0% avaliaram como no mínimo bom (30,1% “bom”, 7,0% “muito bom”, 2,9% “excelente”). Também sobre o momento atual, de custos em alta nos últimos seis meses, a maioria do segmento (72,8%) reporta repasse ao varejo, sendo, sobretudo, de forma parcial (51,2%).


Para o futuro, o cenário econômico brasileiro esperado pelas empresas gaúchas do segmento não é favorável, predominando expectativa de piora nos próximos seis meses (57,1%); 24,7% esperam estabilidade e 18,3% esperam melhora. Para a economia gaúcha, a expectativa é menos negativa, mas não chega a ser positiva: 38,0% esperam piora nos próximos seis meses, 40,0% esperam estabilidade e 22,1% esperam melhora. Ainda assim, a projeção para a força de trabalho nos próximos seis meses é de diminuição para 6,2%, consideravelmente menor que os 23,6% que esperam ampliação; 67,5% esperam manutenção do contingente de trabalhadores. Assim, a expectativa sobre a força de trabalho vem mais alinhada com a perspectiva para o próprio negócio: 46,5% esperam melhora das vendas para os próximos 6 meses; 40,5% esperam que fiquem estáveis 13,0% ainda preveem uma piora. Menos da metade dos entrevistados (45,2%) pretendem investir nos próximos meses.


Mais sobre a Sondagem do Atacado

A Sondagem do Atacado faz um levantamento sobre as principais características dos negócios do segmento, identificando o perfil em termos de estrutura, finanças, gestão e estratégia das vendas. O panorama geral do segmento identifica que 81,3% atuam a mais de 10 anos no mercado, com quase metade (47,3%) contando com no máximo cinco pessoas trabalhando (22,9% tinham de 6 a 10 pessoas na força de trabalho e 29,9% contavam com mais de 10 pessoas). A sondagem também captura a heterogeneidade das atividades atacadistas, com as maiores participações na amostra sendo dos segmentos máquinas, equipamentos e ferramentas (20,0%), produtos alimentícios e bebidas 19,5%, e outros três segmentos com 10,1% cada (insumos agropecuários; materiais de construção e ferramentas; vestuário calçados e têxteis). Em termos de porte do estabelecimento, por faturamento, 44,7% são pequena empresa, 26,5% média, 24,2% microempresa e 4,7% tem porte grande. Sobre endividamento, 44,7% referem não usar crédito comercial ou de instituições financeiras; 30,6% tem nível baixo de endividamento, 16,6% moderado, 6,2% alto e 1,8% crítico. Os tipos de crédito mais usados pelo setor são em compra de estoques (31,4%), utilizando crédito comercial (com fornecedores), e para capital de giro (26,2%) junto a instituições financeiras. Veja a Sondagem completa.

 

 

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