Apesar do retorno do faturamento, endividamento e recomposição de reservas exigem organização e planejamento do segmento
De 18 de setembro de 2024 a 16 de outubro de 2024, a Fecomércio-RS realizou a segunda edição da Sondagem dos Minimercados de 2024. Além do perfil do segmento, a pesquisa capturou a percepção dos empresários sobre o impacto nos negócios da tragédia de maio, a situação atual, a avaliação quanto aos auxílios ao setor empresarial e as expectativas quanto ao futuro próximo.
Antes mesmo da tragédia de maio, chama atenção que mais de dois quintos dos negócios (43,4%) avaliavam suas vendas como regulares, enquanto 40,5% consideravam que estavam boas; 11,4% avaliavam seu desempenho como ruim e apenas 4,6% muito boas ou excelentes. Com a tragédia, 86,0% referem ter sido impactados com perda de faturamento; nesse grupo, o faturamento de maio correspondeu, em média, a menos da metade (47,5%) do que era esperado para o mês. Para fazer frente às despesas, além das reservas da empresa (49,9%) e dos sócios (30,6%), o crédito de linhas habituais também foi uma fonte importante de recursos (38,2%). Apenas 5,5% acessaram crédito com linhas específicas direcionadas aos afetados.
Diferentemente de outros segmentos cuja disseminação do impacto da tragédia no faturamento tem sido mais duradoura, para os Minimercados quase três quartos (73,0%) dos negócios avaliam que seu faturamento está semelhante do que era esperado/projetado antes de maio. “O ajuste do balanço financeiro nos Minimercados, que tomou crédito majoritariamente a preços de mercado, se impõe sobre os negócios do segmento assim como para outros setores. Se antes da tragédia muitos avaliavam que as vendas não estavam boas, assimilar o impacto da tragédia mantendo o equilíbrio financeiro e fazendo recomposição de reservas exige organização e planejamento, sobretudo em um mercado muito competitivo com outros perfis de negócios”, comentou o presidente da Fecomérico-RS, Luiz Carlos Bohn.
Entre os principais empecilhos ao crescimento indicados pelos Minimercados, destaque para a forte concorrência (38,4%), o baixo crescimento da economia brasileira (38,2%), a carga tributária (37,7%) e o alto custo para manter/comprar estoques (35,1%). Nesse segmento, poucos (menos de 5%) indicaram como empecilhos aspectos de infraestrutura, aumento de custos logísticos e incerteza sobre novas tragédias. À frente, 54,0% espera que suas vendas se mantenham estáveis e 34,0% espera melhora; para economia brasileira, expectativa predominante é de estabilidade (65,7%). Diante desse cenário, a grande maioria dos minimercados (87,5%) não tem perspectiva de investir na sua empresa nos próximos seis meses. Confira a Sondagem completa.