
Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025. A taxa igualou o mínimo histórico para o trimestre, que em fevereiro de 2014 era de 6,8%. No mesmo trimestre de 2024, a taxa era de 7,8%. Em relação ao trimestre anterior (encerrado em novembro de 2024), quando a taxa foi de 6,1%, houve aumento da taxa de desocupação.
O contingente de desocupados totalizou 7,5 milhões de indivíduos – o que representou uma variação de 10,4% em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2024 e uma redução de -12,5% em relação ao trimestre encerrado em fevereiro de 2024. A população ocupada, por sua vez, foi estimada em 102,7 milhões de trabalhadores, ocasionando uma variação de -1,2% em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2024 e aumento de 2,4% na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro de 2024. Esse é o maior patamar de ocupados para meses de janeiro desde o início da série histórica, em janeiro de 2012.
A taxa de subutilização, em 15,7%, caiu na comparação com o trimestre de fevereiro de 2024, totalizando 18,3 milhões de pessoas subutilizadas. A população desalentada reduziu 11,8% na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro de 2024. Atualmente há 3,2 milhões de pessoas desalentadas no país. A taxa de informalidade também reduziu, passando de 38,7% no mesmo trimestre de 2024 para 38,1% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025. No trimestre encerrado em novembro de 2024 ela estava em 38,7%.
A taxa de participação foi de 62,2%, mostrando-se estável em relação a verificada no mesmo trimestre do ano anterior (62,0%) e inferior em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2024 (62,6%). Na comparação ao pré-pandemia, considerando o trimestre equivalente, isto é, o encerrado em fevereiro de 2020 (63,4%), a taxa de participação se apresenta significativamente menor. Considerando a taxa de participação de 63,4%, a taxa de desocupação seria de 8,5%, maior do que os 6,8% registrado atualmente.
O rendimento real médio das pessoas ocupadas foi de R$ 3.378 no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, crescendo 1,3% ante o trimestre anterior e 3,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com aumento do rendimento médio e do total de ocupados ante o trimestre encerrado em fevereiro de 204, a massa de rendimento real atingiu R$ 342,0 bilhões e teve aumento de 6,2% (R$ 20,0 bilhões) nessa base de comparação. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, com redução no total de ocupados, a massa ficou estável (+0,1%).
Os dados do mercado de trabalho de fevereiro mostram o movimento sazonal de início de ano, com redução da ocupação e aumento dos desocupados. Sem um movimento mais forte que o esperado ante o trimestre imediatamente anterior, e junto ao movimento de outros indicadores nessa mesma comparação – aumento de trabalhadores formais e redução de informais no setor privado, aumento do salário real –, mantém-se a leitura de um mercado de trabalho resiliente. Por mais que se espere desaceleração gradual ao longo de 2025, os sinais da Pnad, por ora, indicam um início de ano com sustentação do mercado de trabalho, com limitação da oferta de mão-de-obra repercutindo não apenas em dificuldade de contratação, mas também no maior desafio para o controle da inflação, que deve seguir pressionada.