Pesquisa de Endividamento e Inadimplência: contas em atraso aumentam em janeiro
14/02/2023
Economia
Apesar do quadro, outros indicadores mostram que, apesar da dificuldade, o empenho para pagar e não perder o controle das dívidas atrasadas segue presente

A edição de janeiro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC-RS) divulgada pela Fecomércio-RS nesta terça-feira, dia 14, registrou um percentual de 90,6% de famílias gaúchas endividadas. Esse valor foi menor que o do mês anterior (92,2% em dez/22) e também inferior ao do mesmo período de 2022 (91,9% em jan/22). Apesar do arrefecimento do indicador desde o pico da série (96,5% em abr/22), o nível de famílias endividadas segue muito elevado em termos históricos, com percentual que registra 91,2% no grupo de famílias com renda até dez salários mínimos por mês e 87,9% para famílias com renda maior que dez salários mínimos.

O percentual de famílias com dívidas em atraso – que vinha em trajetória de queda depois do pico atingido em jul/22 (40,6%) em linha com o avanço do emprego em 2022, o suporte dado pelas transferências governamentais e o alívio inflacionário concentrado no terceiro trimestre – voltou a aumentar em jan/23, passando de 36,1% em dez/22 para 36,4% em jan/23. O aumento pequeno no indicador, no entanto, teve influência do resultado das famílias com renda maior que dez salários mínimos, que ainda assim registraram 13,1% em jan/23 (10,2% em dez/22). Por outro lado, nas famílias com renda menor que dez salários mínimos, o indicador de contas em atraso teve leve queda, passando de 42,5% em dez/22 para 42,2% em jan/23, seguindo em patamar elevado.

Segundo o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, apesar do quadro, outros indicadores não deixam dúvida de que, apesar da dificuldade, o empenho para pagar e não perder o controle das dívidas atrasadas segue presente. O percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte de suas dívidas atrasadas dentro do prazo de 30 dias atingiu um dos menores valores em termos históricos, 2,1%. “O crédito caro e o comprometimento da renda com dívidas impacta diretamente a capacidade de consumir das famílias e, portanto, as vendas do varejo e dos serviços. Apesar do quadro desafiador do endividamento, a PEIC segue mostrando esforço grande das famílias para pagar as contas atrasadas e, com isso, tentar manter o acesso ao crédito”, comentou Bohn.

Veja aqui a análise econômica da PEIC.

Ou veja aqui a pesquisa completa.