CBCPave debate gestão no setor automotivo e impacto da reforma tributária
25/10/2024
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CBCPave debate gestão no setor automotivo e impacto da reforma tributária

Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos discute desafios e soluções para o futuro do segmento automotivo

 

A eficiência da gestão, a falsificação e pirataria de autopeças e os impactos da reforma tributária foram os principais temas discutidos na reunião da Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos (CBCPave), realizada no dia 16 de outubro, na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília. O encontro contou com a presença de líderes do setor e foi mediado por Andrea Marins, gerente da Assessoria das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços (ACBCS).

 

A abertura da reunião foi feita pelo coordenador da CBCPAVE, Ranieri Palmeira Leitão, que destacou a importância da qualificação no setor de reparação automotiva. Ranieri chamou a atenção para o impacto da tributação nas oficinas, especialmente com o aumento do imposto de 5% para até 25%.



 “Com o aumento da carga tributária sobre serviços, algumas oficinas mecânicas podem considerar a prática de embutir o valor dos serviços nas peças como uma forma de reduzir o impacto dos impostos. No entanto, essa questão é pouco discutida, seja por desconhecimento das implicações legais, seja pela tentativa de evitar abordar um tema sensível que pode resultar em sanções severas. Muitos empresários do setor não compreendem que essa prática pode ser classificada como sonegação fiscal, gerando multas significativas e até processos judiciais. A falta de informação sobre as consequências fiscais, aliada à pressão por competitividade, muitas vezes leva ao uso de estratégias inadequadas que, em vez de beneficiar o negócio, colocam em risco sua sustentabilidade e reputação”, alertou.

 

Reforma tributária e o setor de serviços

 O coordenador-geral das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços, Luiz Carlos Bohn, falou sobre a complexidade da reforma tributária para o setor de serviços e as dificuldades de regularização de pequenos prestadores de serviços.


 “A reforma tributária é complicada para o setor de serviços. Precisamos de uma solução eficiente para regularizar os prestadores de serviços e evitar situações desconfortáveis, como as enfrentadas no passado”, disse Bohn.



Gestão inteligente para oficinas

O consultor do Sincopeças-CE, Cláudio Araújo, trouxe uma apresentação focada na gestão eficiente de oficinas, destacando a importância de estratégias inteligentes para garantir a lucratividade do setor. Com mais de 20 anos de experiência, Araújo compartilhou como a transformação digital impactou a gestão automotiva e falou sobre o conceito de ‘oficina consciente’.

 

Ele disse que foi criada uma metodologia aplicada inicialmente em 10 oficinas e que, atualmente, são monitoradas mais de 50. Enfatizou ainda que trabalham com métricas médias diárias para entender o comportamento do mercado, buscando sempre oficinas lucrativas. Também ressaltou que a formação contínua, a análise de produtividade e a gestão estratégica são essenciais para o sucesso no setor automotivo.

 

Informalidade e pirataria

Outro tema de destaque da reunião foi o impacto da informalidade e da pirataria no setor de autopeças, apresentado por Marco Antônio Vieira Machado, da Fecomércio-RS. Ele alertou para os riscos de segurança gerados pela comercialização de peças falsificadas e chamou a atenção para as perdas financeiras anuais de R$ 16,5 bilhões por conta da informalidade.

 

“A informalidade não pode ser combatida apenas com gestão competente ou redução de margens. Trata-se de um crime que precisa ser enfrentado com fiscalização rigorosa e tecnologias de rastreabilidade. Precisamos atuar com campanhas de conscientização e trabalhar com as autoridades para reduzir esses crimes”, afirmou.


Projeto do Sebrae no Acre

Durante a reunião, Ruama Demir, do Sebrae Acre, apresentou um projeto focado no fortalecimento da competitividade das micro e pequenas empresas do setor automotivo no Acre. O projeto, previsto para durar seis meses, oferece capacitações, consultorias e mentorias personalizadas.


“O Autogestão: Centros Automotivos tem 92 horas de treinamento para as empresas, 45 horas de consultorias e 10 horas de mentorias coletivas. A ideia é proporcionar desenvolvimento empresarial e preparar as empresas para o crescimento sustentável”, explicou.


Desafios legislativos

Ao fim da reunião, o coordenador da Diretoria de Relações Institucionais (DRI) da CNC, Douglas Pinheiro, atualizou os participantes acerca dos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e que afetam diretamente o setor automotivo, incluindo pautas sobre a regulamentação tributária e a fiscalização de peças automotivas.



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